segunda-feira, outubro 30, 2006

Zeca Afonso



Seria impossível passar mais tempo a publicar sobre os melhores artistas Portugueses sem fazer referência a Zeca Afonso.

Poeta, compositor e intérprete. Cantou como poucos o fado de Coimbra, é autor de lindas baladas, foi voz do povo contra o regime através da música de intervenção, e acabou por ser a sua voz a dar o mote é revolução de abril.

Vivou e morreu com humildade e simplicidade, e deixou uma obra riquíssima que muitos artistas têm sabido aproveitar e honrar.



Canção de Embalar

Dorme meu menino a estrela d'alva
Já a procurei e não a vi
Se ela não vier de madrugada
Outra que eu souber será p'ra ti

Outra que eu souber na noite escura
Sobre o teu sorriso de encantar
Ouvirás cantando nas alturas
Trovas e cantigas de embalar

Trovas e cantigas muito belas
Afina a garganta meu cantor
Quando a luz se apaga nas janelas
Perde a estrela d'alva o seu fulgor

Perde a estrela d'alva pequenina
Se outra não vier para a render
Dorme qu'inda a noite é uma menina
Deixa-a vir também adormecer

Letra e música - ZECA AFONSO

segunda-feira, outubro 23, 2006

Xutos & Pontapes - circo de feras

mais de 25 anos de carreira, dezenas de grandes exitos, concertos sempre esgotados, um publico fiel, e uma qualidade enorme na produção dos seus concertos...

Quer se goste quer não, estes senhores, que foram condecorados por Jorge Sampaio tendo agora o título de "comendador", são dos artistas mais marcantes de sempre da música Portuguesa!

Neste circo de feras, QUERO-TE TANTOOOOO!!!

domingo, outubro 15, 2006

Quero é viver

Humanos, como humana foi a obra de António Variações.

Alguém me fez gostar desta música de uma maneira especial.

De facto, e sem me alongar a tentar descrever o que é quase indescritivel, é uma letra "à Variações " simplesmente esmagadora, e uma voz de um Camané, que cai neste projecto de uma forma espetacular.

Nós queremos é viver!!!

HUMANOS - QUERO É VIVER


Composição: António Variações
Vou viver
até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver
Amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será
mais um prazer

e a vida
é sempre uma curiosidade
que me desperta com a idade
interessa-me o que está para vir
a vida
em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir

encontrar, renovar, vou fugir ou repetir
vou viver,
até quando, eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver
amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será mais um prazer

quarta-feira, outubro 11, 2006

Gil & companhia

Regressando aos projectos recentes da musica portuguesa, um dos que me agradou mais pela qualidade e seriedade foi a “Filarmónica Gil”.
Este projecto da autoria de João Gil, conta com o acompanhamento da voz singular de Nuno Norte e da mestria do Baixista Rui Costa (ex. silince 4).
O single “Deixa-te ficar na minha casa” foi muito rodado, mas o álbum está recheado de exemplos de boas musicas com bonitas letras.
Para vos apresentar aqui um tema menos popular tive dificuldades em optar entre três ou quatro excelentes musicas.

Escolhi este “Quem não amou”, uma bela letra com uma composição musical (quanto mim muito interessante).
É uma canção que experimenta ritmos diferentes, começando serena e acabando de uma forma forte na voz “esforçada” de Nuno Norte.



Quem não amou
não sabe o que perdeu
Mais valeter um lado triste, amargurado
do que viver sem uma paixão
Quem não amou, coitado,
não sonhouE quem passou, passou
e nem ouviu a voz do coração

Gosto quando ficas até tarde
e deixas tudo pra depois
Gosto quando acordas tarde
num trapo em cima dos lençóis
Gosto quando fazes de malvada
e ris da minha condição
Do teu respirar cansada
Do arrepio na cova-do-ladrão

É que o amor
Seja lá o que isso for
é sempre uma mistura
de feitiço e de ternura com um pouco de suor

João Monge / João Gil

quarta-feira, outubro 04, 2006

Regresso aos clássicos




Uma das melhores vozes masculinas Portuguesas continua a ser a de Fernando Tordo. Ele consegue fazer sentir o poder arrebatador da sua interpretação mantendo ao mesmo tempo uma voz limpida e suave ao ouvido, ainda que em timbre grave.
Quando se junta o nome de Fernando Tordo ao de Ary dos Santos (poeta já mencionado bo ínicio deste blog) o resultado é este galope de palavras fantástico de nome “Cavalo à solta”.


Cavalo à solta

Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve, breve
instante da loucura
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura