OS VERDADEIROS ARTISTAS...da nossa cultura
Há coisas tão boas que se fazem, que merecem ser partilhadas com os amigos!
terça-feira, maio 27, 2008
O REGRESSO E A MUDANÇA
quarta-feira, janeiro 23, 2008
Pausa...
Até breve e obrigado a todos os que custumam visitar este blog!
quarta-feira, janeiro 09, 2008
As vozes de "Zeca" - 4 (O último...pelo menos para já)
O poema “que amor não me engana”, já foi cantado pela voz de Eugénia Melo e Castro, Dulce Pontes, entre outra(o)s.
quinta-feira, dezembro 27, 2007
As vozes de "Zeca" - 3 (Negro esperança)
O 3º post da série dedicada aos artistas que têm cantado, e honrado a obra de José Afonso vai mais uma vez ao encontro de uma extraordinária voz feminina.
Aproveitando também a maré de sucesso e reconhecimento tanto a nível nacional como internacional, é justo, falar de Mariza.
Da voz…que dizer? Mas quando a juntar a isso parece transparecer humildade, generosidade, simpatia e simplicidade para com o público, imprensa, é de louvar que estejamos tão bem representados na voz de uma pessoa que parece cultivar essas qualidades.
O ar jovem e bem disposto de alguém cuja imagem é já esteticamente forte, é salutar na música portuguesa em geral e muito particularmente no fado. Menino do Bairro Negro, é uma composição belíssima de Zeca Afonso, com uma mensagem de esperança às mais humildes existências. Numa versão transformada em fado, não será melhor que o original…diferente é sem dúvida, e bonita com toda a certeza.
Olha o sol que vai nascendo,
Anda ver o mar,
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão,
Vem ver a luz
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Virá também
Negro, Bairro negro,
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Olha o sol
Que vai nascendo...
Se até dá gosto cantar
Se toda a terra sorri
Quem te não há-de amar
Menino a ti?
Se não é fúria a razão
Se toda a gente quiser
Um dia hás-de aprender
Haja o que houver
Negro bairro negro,
Bairro negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
sábado, dezembro 08, 2007
As vozes de "zeca" - 2
sexta-feira, novembro 30, 2007
As vozes de "zeca" - 1
Uma das coisas que mais me irrita é o fundamentalismo político de pessoas que, qual asno de palas nos olhos, se recusa a ver o óbvio. “Zeca” é muito mais que politica ou cantigas revolucionárias.
“Zeca” nunca deixou de assumir os ideais de esquerda, e o seu espírito revolucionário, infelizmente ser honesto e assumir de peito aberto a luta pelo que se acredita nem sempre compensa neste país. Mas a obra de José Afonso é poesia, é fado de Coimbra, são baladas, composições musicais belíssimas tanto ao nível do tradicionalismo musical português como na abertura de novas portas para a fuga ao marasmo criativo mostrando o caminho para uma vertente inovadora e futurista que muitas das suas obras representaram para a época.
Para começar Cristina branco interpretando “redondo vocábulo”, arrisco a dizer que Zeca ficaria orgulhoso ao ouvir esta versão irrepreensivelmente cantada por tão bela voz:
Era um redondo vocábulo
Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar,
Pelos degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio,
Congregando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança,
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincando e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa
quinta-feira, novembro 15, 2007
Acordar Tarde
AQUI é possível consultar parte da sua obra e a sua biografia.
Um dos mais belos poemas de Al Berto foi, em 2004, interpretado por Jorge palma e incluído no seu álbum “Norte”. Um dos melhores discos, na minha opinião da carreira de Jorge Palma de onde se pode destacar uma qualidade instrumental notável e onde sobressai entre outros a contribuição do contrabaixista português Carlos Bica, um dos músicos nacionais mais requisitados e conceituados no estrangeiro.
Piano e Voz - Jorge Palma
Contrabaixo - Carlos Bica
Clarinetes baixo e si bemol – Paulo Gaspar
Guitarra eléctrica – Marco Nunes
Baixo eléctrico – Miguel Barros
Bateria – André Hollanda
Secção de cordas dirigida por António Augusto Gaspar
A junção desta boa gente deu numa música que começa na melancolia, para explodir num poderoso instrumental e acabar de novo no lento embalo dos sentidos, num sussurrar dos últimos versos.
Este é o Vídeo que fiz para aqui colocar. Espero que gostem mas o melhor é mesmo ir lendo o poema que lhes deixo logo de seguida.
A propósito de Jorge Palma… na próxima terça-feira dia 20 todos ao coliseu! Eu vou lá estar eheheh e roam-se de inveja os que não forem porque tenho a sensação que vai ser daqueles concertos que dificilmente se esquecem!

segunda-feira, novembro 05, 2007
Letras

Nem só de prémios Nobel, de Lobos Antunes e demais notáveis são feitas as nossas letras.
Nem só de romances e romancistas, de poemas e poetas se faz a literatura.
O escritor português do qual li mais obras chama-se Miguel Esteves Cardoso, não os romances que escreveu, mas sim os seus livros de crónicas.
“A causa das coisas”, “As minhas aventuras na republica portuguesa”, e “O último volume” entre alguns outros são exemplos da genialidade do autor.
Da análise brilhante da tragédia até à gargalhada vinda do humor corrosivo e irreverente é um pequeno passo.
Miguel Esteves Cardoso é um crítico, escritor e destacado jornalista português, licenciou-se em Estudos Políticos e Doutorou-se em Filosofia Política.
Desde o arrebatador "Elogio ao Amor" até às hilariantes explicações dos mais peculiares hábitos do cidadão português, Esteves Cardoso mostra compreender como poucos o país e o seu povo. Ensina-nos que a tomada de consciência dos nossos defeitos e virtudes passa em primeira instância pela capacidade de rir de nós próprios…de levar o exagero ao ponto do ridículo e mesmo assim ser sábio nas palavras ditas.
"(...) Quando se é feliz muito novo, a única obsessão que se tem é aguentar a coisa. Vive-se ansiosamente com a desconfiança, quase certeza da coisa piorar. O pior é que as pessoas que se habituaram a serem felizes não sabem sofrer. Sofrem o triplo de quem já sofreu.É injusto mas é assim. No amor é igual. Vive-se à espera dele e, quando finalmente se alcança, vive-se com medo de perdê-lo. E depois de perdê-lo, já não há mais nada para esperar. Continuar é como morrer. As pessoas haviam de encontrar o grande amor das suas vidas só quando fossem velhas. É sempre melhor viver antes da felicidade do que depois dela." Miguel Esteves Cardoso
terça-feira, outubro 02, 2007
Venham mais 20....
A brincar a brincar, já lá vão 20 anos de estrada…
Tudo começou em Tomar na quinta do sr. Guilherme, cuja alcunha era “Bill”…o resto é história.
Com pezinhos de lã, os Quinta do Bill vingaram pela seriedade e pela qualidade musical.
Comemoram por estes dias 20 anos de carreira. Nunca se “venderam” ao som comercial das modas que ao longo de muitos anos de carreira fizeram a tentação de muitos outros.
A qualidade instrumental, bem como a diversidade de instrumentos que enchem o palco quando os quinta do bill tocam, é para mim a chave do sucesso. A sonoridade da banda é diferenciada, por vezes um pouco “country”, ou talvez com algo de “celta”, tribal, certamente com muito rock…mas tradicional também! Alguém consegue definir melhor?
O primeiro grande impulso mediático foi dado com os “filhos da nação”, musica essa que está definitiva e irremediavelmente “doada” para a eternidade ao cancioneiro da musica portuguesa.
Mas se formos contar, os sucessos não se contam facilmente pelos dedos…"No trilho do sol" , "Se te amo" , A única das amantes, voa, Sra. Maria do olival, entre outras são todas elas canções que foram ficando de forma a que todos nós as saibamos no mínimo trautear.
A entrega da banda à cultura popular foi sempre inquestionável, "Menino" é um exemplo de uma musica do tradicional cancioneiro popular “reciclada” pela quinta do bill que lhe deu uma energia contagiante!
Mais recentemente surgiu, quem sabe, o disco mais conseguido da banda “A Hora das Colmeias”, as letras…a poesia que é cantada saiu das mãos de gente como Tim, Pedro Abronhosa, José Luís Peixoto, Adolfo Luxúria Canibal, João Afonso entre outros…
A música, O Mundo para ti, escrita por José Luís Peixoto, é arrebatadora na força do refrão impulsionado pela tremenda força do “coro” de violinos sempre em crescendo…
José Luís Peixoto
Procuro o teu olhar urgente
Como ternura devagar
Como inocência de repente
Distingo a lua do luar
Caminho e corro sem saber
Toda a distância da vida
Quero encontra-te para aprender
Labirintos sem saída
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Nasceu para tiOh, eu hoje acredito que o mundo
Existe para ti
Tantas planícies na terra
para te dedicar
Os horizontes e o céu
Para te oferecer
Todo o tamanho do mar
Montanhas altas para te dar
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Nasceu para ti
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Existe para ti
O mundo para ti
Só para ti
Vem, espero por ti
Tenho o mundo para te oferecer
Oh, eu hoje acredito que o mundo
Nasceu para ti
O mundo para ti
Só para ti
http://www.myspace.com/quintadobill