Os TORANJA são das raras bandas recentes em Portugal, que se conseguiram impor através da qualidade musical... contrariando a tendência do mercado da "imagem".
Com letras cuidadas, mas fortes, parecem assumir a veia poética como elemento fundamental da sua musica.
Esta música, “fogo e noite”, é um bom exemplo da harmonia entre uma boa letra e um estilo rock mais “old school”.
...eu gosto, vocês não sei!?!?
Fogo e noite
Aconteceu...Por me teres feito cego
Recordo o sabor da tua pele
E o calor de uma tela que pintámos sem pensar
Ninguem perdeu
Enquanto o ar foi cego
Despidos de passados Talvez de lados errados conseguiste-me encontrar
Foi dança...Foram corpos de aço
Entre trastes de guitarras
Que esqueceram amarras e se amaram sem mostrar
Foi fogoQue nos encontrou sozinhos
Queimou a noite em voltaPresos entre chama á solta, presos feitos p'ra soltar
Estava escrito
E o mundo só quis virar
A pagina que um dia se fez.... pesada!!
E o suor
Que escorria no ar
No calor dos teus labios
Inocentes mas sabios
No segredo do luar...
Não vai acabar
Vamos ser sempre paixão
Vamos ter sempre o olhar onde não há ninguem
Dei-te mais!
Valeu a pena voar....Estava escrito
E a noite veio acordar
A guerra de sentidos travada... num céu!
Nem por um segundo largo a mão
Da perfeição do teu desenho
E do teu gesto no meu....
Foi como sopro estranho.....
aconteceu...És noite em mim...És fogo em mim...És noite em mim...
Há coisas tão boas que se fazem, que merecem ser partilhadas com os amigos!
quarta-feira, setembro 27, 2006
quarta-feira, setembro 20, 2006
Pedra Filosofal
OK, este poema é daqueles que toda a gente conheçe...talvez pertença á meia dzia de poemas mais famosos na nossa língua juntamente com alguns de F. Pessoa, Luís de Camões, Ary dos Santos e outros da mesa craveira.
O que alguns não saberão é que a “Pedra Filosofal” foi escrita por Rómulo de Carvalho, sob o pseudónimo António Gedeão”.
Outros ainda não saberão que a voz que celebrizou musicalmente este poema pertence a Manuel Freire.
Gedeão e Freire juntaram-se para nos recordar que desde uma pedra ou um ribeiro passando pelos descobrimentos e conquistas, até ás maravilhas da ciência moderna tudo é tão natural de ver, criar, e avançar tal e qual como simples e natural é o homem sonhar... pois o sonho comanda a vida!
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos
que em verde e ouro se agitam
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma. é fermento,
bichinho alacre e sedento.
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel.
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança.,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som televisão
desembarque em foguetãona superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola coloridaentre a mãos de uma criança.
(António Gedeão)
O que alguns não saberão é que a “Pedra Filosofal” foi escrita por Rómulo de Carvalho, sob o pseudónimo António Gedeão”.
Outros ainda não saberão que a voz que celebrizou musicalmente este poema pertence a Manuel Freire.
Gedeão e Freire juntaram-se para nos recordar que desde uma pedra ou um ribeiro passando pelos descobrimentos e conquistas, até ás maravilhas da ciência moderna tudo é tão natural de ver, criar, e avançar tal e qual como simples e natural é o homem sonhar... pois o sonho comanda a vida!
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso,
em serenos sobressaltos
como estes pinheiros altos
que em verde e ouro se agitam
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
Eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma. é fermento,
bichinho alacre e sedento.
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel.
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança.,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra som televisão
desembarque em foguetãona superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola coloridaentre a mãos de uma criança.
(António Gedeão)
quarta-feira, setembro 13, 2006
SERENATAS "INTEMPORAIS"
Uma das maoires e inesgotáveis fontes de musica e poesia são as tunas.
Como estudante que ainda sou, tive a felicidade de ser abraçado pelo espírito académico e de ter tomado o gosto pelas nossas tunas.
Em homenagem a todas elas, escolhi uma das mais belas serenatas que conheço.
Interpretada pela Tuna do ISEP, mas aqui a representar os estandartes, intrumentos, e capas negras de todas as outras, oiçam e deliciem-se com esta "serenata ao luar."
De noite com o lindo luar
alguém ouviu cantar
sob a sua janela
Foi ver quem era o trovador
que falava de amor
de maneira tão bela
Ao vê-lo não sei o que sentiu
mas eu vi que sorriu
e vibrou de emoção
Por ver que o gentil trovador
lhe falava de amor
nesta linda canção
Eu vi no teu olhar
um feixe de luar
a reflectir no meu
E com perdão de Deus
revi nos olhos teus
a luz que vem dos céus
E o bom Deus perdoou
a visão que inspirou
o meu pobre cantar
Pois creio que Jesus
colheu em ti a luz
com que fez o luar
Se um dia Jesus Nosso Senhor
acabar este amor
e para Si te chamar
De novo nesse reino dos Céus
ouvirás junto a Deus
o trovador cantar
Talves a "negrito" estejam os versos capazes de abrir as portas a muitos corações! Rapazes, aprendam!
E as meninas digam-me, será que resultava?
Como estudante que ainda sou, tive a felicidade de ser abraçado pelo espírito académico e de ter tomado o gosto pelas nossas tunas.
Em homenagem a todas elas, escolhi uma das mais belas serenatas que conheço.
Interpretada pela Tuna do ISEP, mas aqui a representar os estandartes, intrumentos, e capas negras de todas as outras, oiçam e deliciem-se com esta "serenata ao luar."
De noite com o lindo luar
alguém ouviu cantar
sob a sua janela
Foi ver quem era o trovador
que falava de amor
de maneira tão bela
Ao vê-lo não sei o que sentiu
mas eu vi que sorriu
e vibrou de emoção
Por ver que o gentil trovador
lhe falava de amor
nesta linda canção
Eu vi no teu olhar
um feixe de luar
a reflectir no meu
E com perdão de Deus
revi nos olhos teus
a luz que vem dos céus
E o bom Deus perdoou
a visão que inspirou
o meu pobre cantar
Pois creio que Jesus
colheu em ti a luz
com que fez o luar
Se um dia Jesus Nosso Senhor
acabar este amor
e para Si te chamar
De novo nesse reino dos Céus
ouvirás junto a Deus
o trovador cantar
Talves a "negrito" estejam os versos capazes de abrir as portas a muitos corações! Rapazes, aprendam!
E as meninas digam-me, será que resultava?
quarta-feira, setembro 06, 2006
O velho e o novo
A poesia para ser bela não precisa de doce, de falar de amores épicos nem da imensidão do mar….etc. A poesia pode ser bela sendo, dura e fria, agitando consciências e sendo inquietante e desconcertante para a mente de quem a lê e escuta.
É por isto que vos venho falar de António Lobo Antunes e dos Boitezuleika.
O que é que uma coisa tem com a outra? Vamos por partes!
Os Boitezuleika são das bandas recentes aquela que mais me agrada! Têm um excelente álbum chamado “éramos assim”. Ganharam o concurso de bandas da Antena 3.
Se ainda não sabem de quem falo talvez se disser que a sua musica mais conhecida diz o seguinte. “eu sou um cão muito mau, porque não me dão afecto….”.
Eles misturam um pop-rock alternativo com som de bossa-nova e outros ritmos. Um saxofonista simplesmente espectacular, as 2ªs vozes femininas em contraponto ao vocalista, dão a esta banda uma classe inquestionável.
António Lobo Antunes escreveu há uns anos um poema chamado “Bolero do coronel sensível que fez amor em Monsanto”, poema esse que foi transposto para a musica pela voz de Vitorino.
É este poema que vos trago hoje recriado pelos boitezuleika de maneira exemplar! Eles conseguem dar ainda maior ênfase ao conteúdo do poema pela maneira sofrida, pesada e arrastada como ele é cantado.
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
Deixei-te parada
Na berma da estrada
Usei o teu corpo
Paguei o teu preço
Esqueci o teu nome
Limpei-me com o lenço
Olhei-te a cintura
De pé no alcatrão
Levantei-te as saias
Deitei-te no banco
Num bosque de faias
De mala na mão
Nem sequer falaste
Nem sequer beijaste
Nem sequer gemeste,Mordeste, abraçaste
Quinhentos escudos
Foi o que disseste
Tinhas quinze anos Dezasseis, dezassete
Cheiravas a mato
À sopa dos pobres
A infância sem quarto
A suor, a chiclete
Saíste do carro
Alisando a blusa
Espiei da janela
Rosto de aguarela
Coxa em semifusa
Soltei o travão
Voltei para casa
De chaves na mão
Sobrancelha em asa
Disse: fiz serão
Ao filho e à mulher
Repeti a fruta
Acabei a ceia
Larguei o talher
Estendi-me na cama
De ouvido à escuta
E perna cruzada
Que de olhos em chama
Só tinha na ideia
Teu corpo parado
Na berma da estrada
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
PS: Outra musica dos boitezuleika que vale muito a pena procurar e ouvir chama-se "espero-te na estação(comboio)"
É por isto que vos venho falar de António Lobo Antunes e dos Boitezuleika.
O que é que uma coisa tem com a outra? Vamos por partes!
Os Boitezuleika são das bandas recentes aquela que mais me agrada! Têm um excelente álbum chamado “éramos assim”. Ganharam o concurso de bandas da Antena 3.
Se ainda não sabem de quem falo talvez se disser que a sua musica mais conhecida diz o seguinte. “eu sou um cão muito mau, porque não me dão afecto….”.
Eles misturam um pop-rock alternativo com som de bossa-nova e outros ritmos. Um saxofonista simplesmente espectacular, as 2ªs vozes femininas em contraponto ao vocalista, dão a esta banda uma classe inquestionável.
António Lobo Antunes escreveu há uns anos um poema chamado “Bolero do coronel sensível que fez amor em Monsanto”, poema esse que foi transposto para a musica pela voz de Vitorino.
É este poema que vos trago hoje recriado pelos boitezuleika de maneira exemplar! Eles conseguem dar ainda maior ênfase ao conteúdo do poema pela maneira sofrida, pesada e arrastada como ele é cantado.
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
Deixei-te parada
Na berma da estrada
Usei o teu corpo
Paguei o teu preço
Esqueci o teu nome
Limpei-me com o lenço
Olhei-te a cintura
De pé no alcatrão
Levantei-te as saias
Deitei-te no banco
Num bosque de faias
De mala na mão
Nem sequer falaste
Nem sequer beijaste
Nem sequer gemeste,Mordeste, abraçaste
Quinhentos escudos
Foi o que disseste
Tinhas quinze anos Dezasseis, dezassete
Cheiravas a mato
À sopa dos pobres
A infância sem quarto
A suor, a chiclete
Saíste do carro
Alisando a blusa
Espiei da janela
Rosto de aguarela
Coxa em semifusa
Soltei o travão
Voltei para casa
De chaves na mão
Sobrancelha em asa
Disse: fiz serão
Ao filho e à mulher
Repeti a fruta
Acabei a ceia
Larguei o talher
Estendi-me na cama
De ouvido à escuta
E perna cruzada
Que de olhos em chama
Só tinha na ideia
Teu corpo parado
Na berma da estrada
Eu que me comovo
Por tudo e por nada
PS: Outra musica dos boitezuleika que vale muito a pena procurar e ouvir chama-se "espero-te na estação(comboio)"
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