Já neste blog fiz referência a Antóneo Gedeão, mas é um terrivelmente injusto reduzir a sua obra à "Pedra Filosofal".
A obra de Gedeão não se resume ao poema “Pedra Filosofal”, nem à “calçada de Carriche” nem tão pouco se reduz à poesia.
António Gedeão , é mais que um poeta, é um homem da ciência, provido de uma sensibilidade e um humanismo por vezes comovente.
Pseudónimo de Rómulo de Carvalho, António Gedeão "licenciou-se em Ciências Físico-Químicas pela Universidade do Porto em 1931, traduziu como ninguém, a ciência para os leigos, desvendando segredos científicos com a mesma simplicidade com que os exemplificava.
Afirmando-se como um dos mais brilhantes e talentosos criadores lusófonos do século XX, professor, pedagogo e historiador da ciência , demonstro um espírito extremamente marcado pelo cepticismo e pela ironia, sempre presentes nos seus poemas."
A obra de Gedeão não se resume ao poema “Pedra Filosofal”, nem à “calçada de Carriche” nem tão pouco se reduz à poesia.
António Gedeão , é mais que um poeta, é um homem da ciência, provido de uma sensibilidade e um humanismo por vezes comovente.
Pseudónimo de Rómulo de Carvalho, António Gedeão "licenciou-se em Ciências Físico-Químicas pela Universidade do Porto em 1931, traduziu como ninguém, a ciência para os leigos, desvendando segredos científicos com a mesma simplicidade com que os exemplificava.
Afirmando-se como um dos mais brilhantes e talentosos criadores lusófonos do século XX, professor, pedagogo e historiador da ciência , demonstro um espírito extremamente marcado pelo cepticismo e pela ironia, sempre presentes nos seus poemas."
Há poucos dias um amigo de comprovado bom gosto mostrou-me um video que é um autêntico tesouro de um poema de A. Gedeão cantado por Manuel freire.
Lágrima de Preta é um poema comovente na sua simplicidade, é um hino à luta anti-racista que Gedeão publicou num tempo em a guerra colonial e o regime abafavam o evoluir dos ideais de tolerância e de irmandade entre os povos.
Neste poema Gedeão usa a poesia para explicar cientificamente que afinal a lágrima de um preta é tão cristalina como outra qualquer.
Lágrima de Preta é um poema comovente na sua simplicidade, é um hino à luta anti-racista que Gedeão publicou num tempo em a guerra colonial e o regime abafavam o evoluir dos ideais de tolerância e de irmandade entre os povos.
Neste poema Gedeão usa a poesia para explicar cientificamente que afinal a lágrima de um preta é tão cristalina como outra qualquer.
Será este poema parte obrigatório no programa de ensino da nossa língua nas escolas? Se não é, devia ser. Pois a formação moral deve ser a base de todo o conhecimento.
Aqui interpretado por Manuel Freire:
Encontrei uma preta
que estava a chorar
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
Lágrima de preta
(António Gedeão)
Ps: Uma palavra de agradecimento à 100 SENTIDOS por ter votado neste blog para as 7 marvilhas da blogosfera... não posso deixar de o considerar um exagero pois limito-me a publicar obra feita por quem realmente merece admiração.